VISÃO DA ESCULTURA

  

Cachos de uvas nos Salmos de Davi,

Frutas maduras, mais belas, no pomar não há!

Favos de mel, mais doces, nunca vi,

Botões de rosa do jardim de Alá !

 

Beleza tanta o homem nunca viu.

Excitação igual, também, jamais sentiu.

Pra fugir do senso de penúria,

Somente entrando no mundo da luxúria

 

Um dia vou colar meus lábios,

Vou sentir o teu macio,

Vou cheirar o teu perfume,

Vou provar o teu sabor !

 

Só uma coisa o coração acalma :

Vou sentir a profusão da seiva

Provocando a transfusão de alma !

 

Vinho puro, de sabor inebriante,

Garantia de prazer constante,

Testemunho vivo da verdade

Em festival de Baco,

Na voz mais alta que na vida ouvi,

Só pode ter saído do suco vigorante

Dos cachos de uva dos Salmos de Davi !

 

Mangas vermelhas

Ou maçãs doiradas,

Rubras acerolas

Ou fruta pão que já virou maná,

Uma coisa é certa :

Frutas maduras, mais belas,

No pomar não há !


Da profusão de cores
Ao odor das flores,
Ainda sobra o belo
Dos botões de rosa
Do jardim de Alá !

 

Se por fora toda cor excita,

Por dentro, um coração palpita !

O corpo todo se põe na escuta,

O peito bate sufocando a dor

Cantando aos ventos

Uma canção de amor !

 

Beleza tanta só pra

Encher meus olhos !

Maciez de pluma

Pra enlouquecer meu tato !

Néctar dos deuses,

De sabor divino,

Só é possível

Degustar sonhando ! ...

 

 

(25-12-96)
 

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