RUÍNAS
Gosto de ver ruínas De um tempo que não vivi. Sonhar com tantas belezas Com que sonho mas não vi.
Criar na imaginação Cenários, cenas heróicas, Fixar na mente esculpidos Trabalho, lutas, derrotas, Ardentes romances vividos.
Isto é ver nas ruínas O que em vida não vi. Isto é sentir, nos escombros, Emoções que não senti. Pois tudo ocorreu muito antes Dos anos em que nasci.
Não quero olhar pras ruínas De um tempo que já vivi. Prefiro não ver os destroços Dos monumentos que vi.
Tentei desviar o tornado ! Que pena que não consegui ! É triste só ver os escombros Do palácio em que vivi !
É triste ouvir somente o eco Das melodias que ouvi. É triste ver a tristeza Ocupando todo o espaço Da alegria que já senti.
Não deixe desmoronar Aquilo que construí.
Não deixe que se apague Nem sequer uma chama Dos amores que senti.
Que ordene aos ventos que parem, Não tentem, com seu sopro, Sequer fazer tremular ou até Apagar de uma vez A chama da minha Fé.
(25/03/97) |
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