O CÉU DE BORACÉIA
Meus versos sempre têm Mar, Têm Sol e têm Areia. Às vezes, também têm Sereia, Pois, sorte, amor e esperança É tudo o que ela semeia !
O céu bordado de estrelas Inspira o amor mais ardente. É um mapa das coisas mais belas Riscado pela Estrela Cadente !
Bem lá no alto o Escorpião Estica suas garras Pra terra. O homem, tremendo de medo, Pede ajuda ao Céu Azul : Socorro ! Cruzeiro do Sul !
O Cruzeiro, muito ocupado, Guiando os navegantes, Não tem tempo disponível. Diz que a ajuda é impossível.
Sugere que peça ajuda Às bondosas Três Marias. As Três Marias, sonolentas, Sem forças e pouco briguentas, Com mil e uma desculpas Largam o homem às tormentas.
Capricórnio, Touro e Leão, Todos recusam ajudar ! Aquário diz que é de paz, Por isso não pode lutar.
Sagitário logo brada: Nada posso fazer. Estou com a seta quebrada !
O homem, desesperado, Chora desgraça tamanha. Surge a Lua no horizonte, Espiando por trás da montanha.
Ilumina todo o espaço, Clareando o firmamento. Quer saber o que se passa, Por que tanto lamento.
As estrelas, com vergonha, Bem depressa se escondem, Disfarçando a covardia.
Num instante, sem demora, São Jorge vê que é hora De mostrar sua valentia.
Espora seu cavalo, Ergue a espada, Dispara com galhardia.
Fazendo muito alarde, Repreende a estrela covarde ! Entra na luta irritado, Sozinho, vale um milhão : Destroi o malvado Escorpião !
E o homem, tranqüilo e sereno, Já sem medo da garra e veneno, Banhado da Luz do Luar, Volta de novo a sonhar.
Deitado de costas na areia, Seu sangue corre na veia. Olhando o campo estelar, Começa de novo a falar :
Minhas queridas estrelas ! Perdoem meu desespero ! Contemplar sua beleza Na vida é tudo o que quero !
As estrelas, satisfeitas, Recomeçam a brilhar . E em todo aquele Universo A paz voltou a reinar !
(05-02-95) |
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