A GOTA DE ORVALHO

   

Oito horas da manhã,

O Sol já nasceu reluzente,

Brilha no céu, docemente,

Tentando acordar o Titã.

 

O mundo todo, qual Titã adormecido,

Coberto do orvalho da noite,

Acorda devagarinho, banhado da luz brilhante

Do belo Sol renascido !

 

Abro os olhos, sinto o dia !

Respiro com alegria

O gostoso ar da manhã !

 

De repente, levo um susto !

Uma luz resplandecente

Surge até por encanto,

Me deixa tonto de espanto !

 

No meio do portão,

A vinte metros de mim,

Um foco de luz ofuscante

Solta ráios brancos, verdes,

Azuis, vermelhos, cor de jasmim !

 

Assustado, inebriado,

Tento me aproximar.

Quero ver o que é,

Como explicar

Essa beleza sem par !

 

Acende, apaga, desaparece,

Volta de novo a brilhar,

Soltando sempre seus ráios

Vermelhos, brancos e azuis !

Pensei que estava a sonhar!

 

Devagarinho, encantado,

Não sei se foi por coragem

Ou por simples malandragem,

Tentei sentir seu calor !

 

Num segundo, a luz desaparece !

Minha alma toda estremece !

Uma simples gota de orvalho

Concentrando a claridade

Do imenso Sol do arrebol !

 

O macro e o micro cosmo

Se unem num espetáculo

De incomparável esplendor !

 

A intuição do poeta ou

A luz da inteligência

Mostrou-me, com evidência,

Que aquela beleza toda

Foi Obra do Criador !

 

(24-12-94)

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