O RECADO DO VELHO

 

Pediu-me o velho amigo,

Como prova de idoneidade,

Versos falando a verdade,

Unindo o juízo do velho

Ao vigor da bela idade.

 

Deu-me, por certo, também,

Um voto de confiança:

Não esquecer nessa aliança

O sorriso de uma criança.

 

Sincero na intenção,

Faltou-lhe, contudo, a razão.

Dei-lhe a resposta correta

Saída do coração

 

“Véio”! Recebi o seu recado,

Somente não pude cumpri-lo:

Do moço, faltou-me o viço,

Do velho, faltou-me o brilho!

 

Sobrou-me somente a esperança

De ser sempre um pouco criança!

 

Espero poder sempre

Seguir o exemplo do amigo

Abrindo meu coração

Para a todos servir de abrigo!

  

 

Paciência, força e coragem,

Virtudes que poucos trazem,

É fácil reconhecer

Olhando pra sua imagem.

 

Se consigo sorrir contente,

É sinal de felicidade

Por contar, com grande orgulho,

Com um pouco de sua amizade!

 

 

Boracéia, 09/01/97

12/02/98